quinta-feira, 18 de junho de 2009

Falando em fotografia – Swing londrino;

A cidade conhecida por seu cinza chuvoso fica mais viva pelas lentes do paulistano Beto Riginik

Esqueça os cinzas e marrons que dominam o imaginário coletivo quando se pensa em Londres. A capital inglesa retratada pelas lentes de Beto Riginik é cheia de verdes e azuis profundos, de amarelos inusitados.Há cinco anos, o ex-publicitário passou uma temporada em Londres, clicando o que todo mundo olha, mas quase ninguém vê. O resultado – uma Londres gasta pela tradição e, ao mesmo tempo, moderna e ousada como seus moradores. E por que Londres? “É a continuação de um trabalho que começou em Nova York, em 2001. Eu queria ver Londres com o meu olho, em cores”, conta Riginik. Paulistano e urbano, esse geminiano de 36 anos resolveu observar o mundo pelas lentes há exatamente uma década, quando trocou a publicidade por uma câmera Minolta. Seu interesse por paisagens urbanas fez com que especializasse em imagens arquitetônicas – Beto já trabalhou para Vogue Living da Austrália e Architectural Digest. Forasteiro dos EUA, ele mostrou recortes de seu olhar estrangeiro sobre Manhattan numa exposição em 2001, na Extinta Leica com urbes. Beto ama as cidades – as grandes. Ele não quer saber de nada do interior. O que atrai seu olhar são as metrópoles, aquelas que todo mundo deseja. Seu faro urbano vai atrás, quer morar, ficar, conhecer, descobrir. Riginik quer delatar. “Todo mundo fazia Nova York em P&B, e eu adoro cor. A princípio, era só um teste com uma câmera nova e alguns filmes vencidos. Mas o resultado extrapolou todas as minhas expectativas.”Suas imagens são saturadas, as cores gritam, fogem à realidade. A terra do Big Bem, o relógio colossal que rege a pontualidade britânica, a velocidade existe mesmo quando o trânsito pára, criando imagens fragmentadas. Beto faz seu discurso também aos pedaços. São pequenos detalhes que passam despercebidos para transeuntes apressados, moradores ou turistas. “A rua está sempre lá, mas ninguém tem tempo para ver.” Riginik parou a cidade com sua lente, uma ampulheta particular. E foi buscando cenas, fechando o olho da máquina nos desenhos que encontrou, fabricando poesia, histórias em quadrinhos, telas de rua.

¬ Imagens do projeto: Londres em Cores de 2006, com mostra em 2007 na Candid Arts Galleries, Londres









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